Louvemos a Cristo e a Ele crucificado. Origem e Contexto Bíblico A frase está fortemente associada ao ensino de Paulo encontrado em 1 Coríntios 1:23, onde ele diz: "Nós, porém, pregamos Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus e loucura para os gentios". Paulo escreveu isso em sua carta à igreja em Corinto, provavelmente por volta de 55 d.C., durante o período do Novo Testamento. Significado Teológico Cristocentricidade: A frase destaca a centralidade de Cristo na mensagem cristã. A pregação de Cristo, especificamente sua morte na cruz, é o coração do evangelho. Para os reformadores e teólogos reformados, a centralidade de Cristo é crucial, afirmando que a salvação e toda a vida cristã devem ser centradas em Jesus. A Cruz como Escândalo e Poder: Para Paulo e, posteriormente, para os reformadores, a cruz de Cristo é um paradoxo. Para os não-cristãos, especialmente na época de Paulo, a crucificação era uma morte vergonhosa e humilhante. No entanto, para os cristãos, a cruz é o poder de Deus para a salvação. Essa mensagem contrasta a sabedoria humana com a sabedoria divina, mostrando que Deus escolhe meios aparentemente fracos e loucos para realizar Sua obra redentora. Soteriologia Reformada: A pregação de Cristo crucificado sublinha a doutrina da justificação pela fé, um princípio central da teologia reformada. A cruz é onde Jesus tomou sobre Si os pecados do mundo, oferecendo redenção e reconciliação com Deus. Os reformadores, como Martinho Lutero e João Calvino, enfatizaram que é somente pela fé em Cristo crucificado que somos justificados diante de Deus. Importância Histórica A frase "Christum praedicamus et hunc crucifixum" é emblemática da Reforma Protestante, que começou no século XVI. Os reformadores enfatizaram o retorno à mensagem bíblica central e afastaram-se das práticas que consideravam corrupções da Igreja Católica Romana na época. Reafirmação da Autoridade Bíblica: Pregando Cristo crucificado, os reformadores reafirmaram a autoridade das Escrituras sobre tradições eclesiásticas e autoridades humanas. Ressalto da Graça e Fé: A ênfase na cruz reforça a doutrina da salvação pela graça através da fé, em contraste com as doutrinas de obras meritórias que estavam prevalecentes. Ruptura com o Medievalismo: A mensagem de Cristo crucificado foi um grito de independência contra o sistema sacramental e hierárquico que dominava a Igreja da época, proclamando uma fé pessoal e direta em Cristo. Conclusão "Christum praedicamus et hunc crucifixum" encapsula a essência do evangelho cristão e a mensagem central da Reforma Protestante. Ela continua a ser um lembrete poderoso de que, no centro da fé cristã, está a obra redentora de Jesus Cristo na cruz, uma mensagem que transcende tempo e cultura e que permanece fundamental para a teologia e a pregação cristã até hoje.

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